A Igreja no enfrentamento à violência contra mulheres
“a violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser
criadora de coisa alguma, apenas destruidora” B. Croce (filósofo italiano, 1866-1956).
A violência é a comprovação mais clara da degradação
humana. Quem usa da violência para terminar uma conversa ou para impor sua
vontade, declara-se, comprovadamente, inadequado para viver em sociedade. A
violência sempre será a antítese da capacidade de conviver. Violentar é perder
o direito de explicar, de dialogar e de aprimorar. Quem recebe a violência sofre
a pior das humilhações e das violações. Mas os fatos mostram que nem todos
sabem disso.
A referência regional para os casos de traumas de média
e alta complexidade, a Unidade de Emergência do Agreste acolheu 2.133
mulheres que sofreram violência física e sexual nos últimos três anos. Elas são
oriundas de 46 municípios localizados no Agreste, Sertão e Baixo São Francisco,
que integram a I Macrorregião de Saúde.
Do total de atendimentos, 765 ocorreram em 2014, 717 em
2015 e 651 no ano passado, de acordo com o serviço de Vigilância Epidemiológica
da UE do Agreste. Os dados têm como base o relatório do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS).
Liderança
Segundo a coordenadora do Serviço de Epidemiologia
Hospitalar, assistente social Ana Lúcia Alves, o município de Arapiraca lidera
as ocorrências de agressões físicas e sexuais em mulheres. Nos últimos três
anos foram 22 casos de violência sexual e 935 de agressões físicas residentes
na maior cidade do interior de Alagoas.
Para a psicóloga Mônica Leal, sempre anterior às agressões
físicas e sexuais, as mulheres são vítimas da violência psicológica. “Isso fica
evidente quando conversamos com as pacientes que chegam ao hospital de
emergência, em Arapiraca. Antes de acontecer uma violência física, houve
inúmeras torturas psicológicas com as mulheres”, relata.
Mônica Leal revela que a equipe
multidisciplinar da UE do Agreste realiza o acompanhamento das vítimas.
“Algumas mulheres precisam de uma assistência ampliada até receberem alta
médica”, acrescenta, revelando que a violência feminina na raça negra e na cor
parda continua aumentando, enquanto na raça branca o índice tem diminuído.
A
prática cristã é contra qualquer tipo de violência. Ao contrário disso, a vida
cristã é direcionada para a prática da justiça de Deus em nossa sociedade. Essa
justiça é baseada no amor e no serviço ao próximo. Nas virtudes do arrependimento
e do perdão. Na restauração dos feridos e na dignidade do ser humano. Precisam
de restauração o que violenta e a que é violentada. O primeiro precisa de
redenção. A segunda de amor, acolhimento e justiça. A proposta cristã é para
todos, os violentos e as vítimas. É para todos porque sem a relação entre ser
humano e Deus a vida é um caos, fortemente marcada pela maldade e injustiça.
A
mulher merece amor. Jamais deve sofrer qualquer tipo de violência. O sentimento
de injustiça faz todo sentido. A indignação é justa. Os pedaços de sua alma
estão por toda parte. Que o amor de Cristo seja suficiente para a restauração
de cada mulher vítima de violência. E que a violência contra a mulher cesse o
mais rápido possível.
Pesquisa | Secretaria de Saúde Maceió
Texto | Davi Salsa - Sesau | Rev. Marcelo Custodio – A E B
Foto | Carla Cleto
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