Missões Quadrangular: A evangelização nas aldeias indígenas
Hoje, no Brasil, existem mais de 300 mil índios com cerca de 340 etnias distintas e mais de 180 línguas diferentes. Devido à complexidade da língua indígena, apenas 26 possuem o Novo Testamento completo traduzido em seus idiomas e outras 59 com traduções inacabadas. Com isso, há um grande desafio missionário, pois mais de 120 tribos necessitam da tradução das Escrituras.
Neste sentido, a Secretaria Geral de Missões, (SGM) desenvolve um trabalho missionário que visa levantar lideranças indígenas que possam pastorear os próprios índios através de relacionamento, testemunho, discipulado e tradução da Bíblia.
A aldeia Kumenê, que fica na reserva Uaçá, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, é uma das mais isoladas comunidades indígenas no extremo norte do país. Para chegar a tribo da etnia Palikuré é necessário navegar ao menos 20 horas por três rios do Amapá. Apesar de localizada em meio a selva amazônica, a aldeia sofreu influência da chamada “cultura do homem branco”, segundo o cacique Azarias Ioio Iaparrá, de 50 anos. Uma delas foi a incorporação do protestantismo. “Somos evangélicos. A maioria da aldeia é crente”, resumiu o líder indígena.
O processo de mudança de cultura dos índios, conforme conta o cacique, teria se efetivado com a alfabetização dos nativos em português a partir da construção da primeira escola dois anos após a chegada dos missionários.
“Aprendemos a falar português porque era a língua dos brancos e assim também poderíamos nos comunicar melhor com os missionários”, acentuou Azarias Ioio Iaparrá.
O cacique acrescentou que apesar de a maioria dos índios saberem o português, a comunicação entre si, incluindo os cultos, é realizada em dialeto nativo, o palikur. Apenas as palavras ‘Jesus’, ‘Aleluia’ e ‘Amém’ não tem tradução para a língua indígena usada na aldeia.
Zila Santos, de 47 anos, foi uma das índias que deixou de realizar os costumes tradicionais. “Eu não bebo e nem fumo mais. Isso melhorou a minha vida porque antes, quando os índios bebiam, tinham muitas brigas na aldeia. Depois da igreja, isso não aconteceu mais”, frisou.
Fonte: G1 Amapá
Portal Quadrangular
Comentários