Artista leva o grafite para os púlpitos para atrair os jovens
Dentro e fora das igrejas, o grafiteiro Léo Shun usa até o altar para expressar a sua arte e contar o seu testemunho
Não há limites para a criatividade, principalmente quando toda uma mente inventiva une pop arte, fé e evangelismo. Com cada vez mais espaço para os fiéis mais jovens, igrejas em todo o Brasil investem agora em uma das principais expressões de rua, o grafite.
Nesta estratégia o grafiteiro e artista plástico cristão Léo Shun tem sido convidado para levar o seu trabalho para templos e espaços jovens das mais variadas denominações evangélicas. Grafitar nas igrejas se tornou mais uma barreira rompida por Léo, o primeiro grafiteiro cristão do Rio de Janeiro.
Desde 2003, o carioca expressa o seu talento nos muros, nas salas, em telas decorativas e até ao vivo durante cultos e eventos. “Ao pegar na lata de spray percebo que me transformo em um imã para os jovens e adolescentes, a maioria deles gostam de desenho e admiram muito os meus grafites”, revela o carioca que usa o seu talento como ferramenta de comunicação.
Suas intervenções artísticas superaram agora mais um desafio: os púlpitos de pregação também passaram a ser grafitados com traços e cores que expressam as mais belas artes, gerando uma identificação imediata com o público contemporâneo.
Em seus trabalhos busca passar mensagens referente ao que acredita retratando, por meio de suas pinturas, a liberdade e a alegria nas relações humanas em um possível mundo possível onde não existe pecado, exaltando a pureza de personagens transformados por Cristo.
O mundo está mudando, mas a arte do grafite já foi muito confundida com a pichação, o que acabava gerando uma forte rejeição. Para quebrar mais esse preconceito, Shun, que já foi pichador antes de sua conversão, chegando a ser ameaçado de morte, aproveita o seu testemunho de vida para mostrar a diferença entre criem e arte promovendo oficinas, workshops e pinturas ao vivo durante as celebrações, o que possibilita o encontro de sua arte com o público.
Léo Shun começou a se interessar pela arte urbana ainda adolescente. Desde então o artista se desenvolveu a partir do estilo chamado Persona até criar o seu personagem mais famoso, o cachorrinho Half, marca registrada do seu trabalho na arte de rua.
A fama dos seus desenhos estimulou outros jovens a aderirem a esse novo conceito, principalmente alguns pichadores que também passaram a utilizar a técnica, uma vez que o objetivo de quem utiliza o persona é criar um personagem e torná-lo sua marca.
Léo Shun acredita que a arte pode contribuir para a transformação das pessoas e sua técnica é uma prova de que isso é possível. “A arte me ajuda a ter sensibilidade para perceber a vida de uma forma mais bonita, me ajuda a me relacionar com a vida de maneira mais intensa. A minha arte comunica a minha percepção da vida humana, do autoconhecimento a partir do conhecimento de Deus, através do relacionamento e não da religião. Através da minha arte busco apresentar para as pessoas um novo ponto de vista, um novo paradigma, onde se consegue ver beleza em coisas simples e expressar a felicidade” expressou o grafiteiro.
Texto: Gospel Prime
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