A verdadeira natureza do vício

Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. (Romanos 8,5-6)”

Esse tema é, sem dúvidas, um dos mais discutidos na atualidade. Não a origem do problema, mas como tratá-lo. Muitos estudiosos, em diversas áreas, seja teológica, psicológica ou outra, estudam o vício. Muitos são os métodos criados para tratar de pessoas viciadas. O grande problema é que o mundo não sabe a real causa deste mal. Tentar curar uma doença sem pelo menos saber qual de fato é o problema é um erro colossal e que muitos concordam ser uma loucura. Nesse artigo entenderemos o que leva uma pessoa a ser viciada e como ela pode ser verdadeiramente curada de sua doença.

A criação do homem
Antes de entrarmos diretamente no assunto, é necessário entendermos como era o homem logo após ser criado. As Escrituras nos ensinam que Deus fez o homem reto (Ecl 7,29), e que tudo que Ele criou era muito bom (Gn 1,31). Isso significa que o homem foi criado puro, sem nenhum tipo de pecado no seu coração ou em sua mente. Todo o seu corpo era santo, refletindo plenamente a Imagem e Semelhança do Senhor (Gn 1,26).
Por causa da sua santidade, o homem não tinha vícios. Ele não se viciava em sexo, comida, entretenimento ou qualquer outra coisa. O homem vivia apenas para glorificar a Deus, vivendo uma vida dedicada a Obra que o Senhor outorgou-lhe.
Assim como o Senhor criou o homem, Ele também é o criador da Fé. No livro de Hebreus diz que Ele é o “Autor e consumador da nossa Fé” (Hbr 21,1). Deus criou a Fé e, como sendo pertencente a Ele, Ele a concede a quem desejar (Rm 12,3; Ef 2,8). Essa Fé era parte essencial do homem. Ele vivia para a Glória de Deus porque o Senhor lhe dera um coração com Fé para que  pudesse consagrar a sua vida inteiramente a Ele, obedecendo assim os seus Mandamentos. Por causa desse coração reto que Deus deu ao homem na Criação, que o homem era capaz de viver em obediência.

Essa Fé levava o homem a ter comunhão plena com Deus. Por isso é certo dizer que nós fazemos aquilo que reflete o que somos. Como o homem foi criado com um coração bom e reto, então os seus caminho eram bons e retos. Para entendermos isso um pouco melhor, vamos mais a frente para o salmo 51 escrito pelo Rei David, mas antes discorreremos sobre queda do homem.

A queda do homem
Como já foi dito, o homem foi criado perfeitamente bom, sem nenhum pecado ou defeito. Porém, como sabemos, a humanidade, na pessoa de Adão, caiu em pecado. Se antes os seus membros e pensamentos eram retos e puros, agora são todos corrompidos pelo pecado (Gn 6,5); se antes o homem vivia para a Glória de Deus, agora vive para si mesmo; se antes Deus era o objeto de maior desejo e prazer do homem, agora até mesmo um pedaço de madeira e barro pode tomar o seu lugar. O homem tornou-se um ignorante (Rm 3,11), sem afeição natural (Rm 1,31) e inútil (Rm 3,12). Quão miseráveis somos nós, merecemos o inferno! Éramos filhos da Ira Divina (Ef 2,3), condenados a um local de sofrimento e tortura eterna.
Essa é a devastação causada pelo pecado. Toda a pureza que Deus criou em nós foi perdida. O desejo que o homem sentia por Deus foi revertido pelo seu desejo pelo pecado. Pecar passou a trazer uma recompensa e um prazer melhor para o homem. O seu coração mudou, sua disposição em amar a Deus foi perdida. A conexão e comunhão que Deus tinha com a humanidade foi afetada. A dor, a fome, o sofrimento e as doenças passaram a existir.
Todos os males que o mundo enfrentou e enfrenta foi por causa de um “mero” pecado. Essa é a consequência do pecado, esse é o salário da transgressão a Lei de Deus.
Diante disso, qual deve ser a nossa postura? A doença foi identificada (a queda do homem). Ela é a responsável pela perca da Fé do homem. Qual deve ser a atitude de uma pessoa que quer se liberta do seu vício e da Ira do Altíssimo?

O Salmo 51

Esse salmo foi escrito pelo Rei David. Trata-se do arrependimento dele por ter cobiçado a mulher de um homem casado e ainda ter matado-o para poder ficar com a sua esposa(cf. II Samuel 11). Nos atentaremos nesse momento para uma parte pequena mas significativa dessa confissão de arrependimento.
“Cria em mim, ó Deus, um coração novo, e renova em mim o Teu Espírito.”
(Sl 51,10)Podemos observar duas verdades reveladoras nesse versículo:
1 – O Rei David entende que ele só poderá mudar se o Senhor transformar o seu coração e o seu Espírito. Ou seja, ele pede que Deus mude a disposição do seu coração, ele entende que precisa de uma nova inclinação. O seu coração era pecaminoso e desejava o pecado. O que ele pede é que, ao invés desse coração desejar a carne, que o Senhor crie nEle um coração novo, que passe a amar aquilo que o Altíssimo ama e odiar aquilo que o Santíssimo odeia.
2 – Esse texto apresenta um conceito cristão chamado de “re-criação”. Esse é um entendimento ortodoxo sobre a obra salvífica realizada por Deus no coração do homem. Como já foi mostrado, o homem foi criado com um coração bom, que desejava a Deus e vivia para a obediência. Esse coração bom, movido pela Fé em direção constante a Deus, foi perdido pelo homem em sua queda. Agora, o coração que antes desejava a Deus, deseja a tudo, menos ao Criador.
Sabendo disto, muitos teólogos se questionaram:”Como David pede pra Deus criar um coração novo se Deus já o criou nos seis dias da Criação?” A resposta é que o salmista não está pedindo para que o Senhor crie de novo a Fé, mas que Ele traga de volta o coração que foi perdido por Adão. Por isso que no mesmo contexto de “Cria em mim um coração novo” está o “RENOVA em mim o Teu Espírito.” O Rei David estava pedindo que O Altíssimo trouxesse de volta o coração puro que Ele criou em Adão, para que ao invés de desejar o pecado, passasse a desejar a Deus acima de todas as coisas.

A verdadeira natureza do vício

Agora podemos entender a verdadeira natureza do vício. Antes, gostaria de contar um pouco minha história e luta contra um vício que enfrentei durante minha jornada cristã.
Desde que eu era criança, eu sempre tive bastante contato com a internet. Sempre tive privacidade, pois minha mãe sempre saía nas noites e trabalhava o dia todo. Ou seja, sempre fiquei praticamente só em casa o dia todo. Como era sozinho e com um computador com internet em mãos sem nenhum auxílio de uma pessoa de mais experiência, acabei me envolvendo muito cedo com a pornografia.
Comecei assistindo poucas vezes na semana, mas logo depois cheguei a assistir várias vezes por dia. Junto com a pornografia, claro, vinha o vício na mastubação. Não conseguia me conter e obtia esse prazer várias vezes ao dia. Meu desempenho na escola caiu drasticamente, assim como minhas relações sociais.
Porém, mesmo diante disso, se alguém chegasse pra mim e falasse:”Jonas, se você desligar esse computador e não acessar esse vídeo pornográfico agora eu vou te dar um milhão de dólares”, eu com certeza iria cancelar o vídeo e, talvez, com tanta alegria fosse capaz de socar o monitor e quebrar a cpu.
Em uma fração de segundos eu iria ter controle sobre o meu corpo. Posso garantir que isso aconteceria com qualquer pessoa. Se ela tiver o INCENTIVO necessário, ela irá se conter. Dessa forma, o problema do homem não é falta de controle, mas a falta de Fé. Eu muitas vezes caía no pecado da luxúria porque obedecer a Deus não servia como um incentivo suficiente para que eu me controlasse. Um milhão de dólares seria o incentivo suficiente, mas Deus não era. Isso porque me faltava Fé, assim como falta Fé para todos os viciados.
Esse deve ser o nosso maior incentivo: fazer e cumprir a Vontade de Deus. Devemos ter Fé de que Ela é “Perfeita, Boa e Agradável”(Rm 12,2). Essa é a natureza de todo o vício: não ter confiança em Deus e não crer nEle. A incredulidade, com certeza, é a fonte de todo o pecado e vício.
Só deixaremos nossos pecados e vícios quando Deus nos for tudo que precisamos. Quando termos a plena convicção que cada pecado resistido irá valer a pena, pois teremos Fé suficiente para dizermos a nós mesmos: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.”Romanos 8:18-19

Texto: Jonas Justiniano




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