Sete formas de perseguição que afeta crianças e jovens cristãos
Meninas cristãs leem a Bíblia no Laos |
No mundo todo, a perseguição e a discriminação religiosa a crianças e jovens acontece quando os perseguidores controlam as opções relacionadas ao futuro, a curto e longo prazo, e situações que influenciam diretamente na identidade dos cristãos ao chegarem à vida adulta. Um exemplo disso é quando a educação é impedida. Nesse caso, o caminho para o futuro é restrito ou desviado, seja ele relacionado a trabalho, família, religião ou crença.
Crianças e jovens são alvo para impedir que a próxima geração seja parte da igreja
Menino egípcio observa a cidade |
Comunidades cristãs correm o risco de serem privadas da atual geração jovem, bem como de futuros fundadores de famílias ou líderes da fé cristã. Crianças e jovens são alvos por seu potencial para despertar e perpetuar a igreja. É muito inquietante pensar em crianças da igreja sendo atacadas e mortas. Infelizmente, essa é a realidade em muitos países onde cristãos são perseguidos, com os responsáveis pela pereguição os tirando de suas famílias e os mantendo entre grupos violentos.
Geralmente, isso é motivado por integrantes de religiões ou ideologias majoritárias visando pressionar a conversão ou usar a violência como resposta à rejeição da religião da maioria. Ainda assim, algumas vezes há gatilhos específicos para violência, como em partes da Síria e do Egito, onde testemunhas relatam que percebem imoralidade na forma em que meninas cristãs se vestem e isso resulta em abuso físico. Mais comumente, o gatilho é a recusa em renunciar à fé ou participar das atividades de grupos marginalizados.
Em ao menos 28 países, filhos de líderes de igrejas e convertidos são alvo de violência
Menino e menina no Afeganistão |
De acordo com um relatório recente da ONU, metade de todas as crianças do mundo, mais de um bilhão, experimentam violência todo ano: seja online, offline, na comunidade, na escola ou em casa. Quase um terço dos países registra que crianças e jovens mortos por causa da fé pertenciam a famílias ou comunidades cristãs.
A zombaria e a marginalização sistêmicas de crianças e jovens cristãos por meio da violência verbal está danificando a identidade deles. Eles podem ser pressionados a participar da religião da maioria ou priorizarem a lealdade ao Estado.
A perseguição à crianças e jovens cristãos visa moldar a identidade religiosa, psicológica e emocional deles
Meninos cristãos ex-muçulmanos em Bangladesh |
Em determinado ponto da vida, em que a identidade é maleável pois ainda está em processo de formação, a perseguição a crianças e jovens limita e distorce as escolhas disponíveis a eles. Corações e mentes jovens são treinados a se restringir com relação a oportunidades e direitos que buscam; além de serem obrigados a internalizar a religião dominante e a identidade ideológica.
Isso pode resultar em crianças e jovens que se restringem, evitando explorar os caminhos da fé por causa das consequências que enfrentarão se o fizerem. Em ambientes de perseguição extrema, no que diz respeito à educação, igrejas e materiais cristãos podem significar que viver como cristão seja incrivelmente doloroso para os jovens.
Os três principais pontos de pressão trabalham em conjunto
Aula com crianças Sírias |
Discriminação e preconceito por meio da educação são ferramentas poderosas da perseguição. Globalmente, em 49 dos 50 países da Lista Mundial da Perseguição 2021, o que representa 98%, crianças e jovens cristãos enfrentam discriminação e assédio em fatores educacionais.
Crianças e jovens são tratados como mercadorias
Jovens cristãos são tratados como produtos que podem ser adquiridos ou forçados a servir a outro grupo de crença, em vez de serem considerados como indivíduos que são membros integrais da comunidade e que possuem valor inerente e direitos humanos individuais.
Exércitos, milícias e grupos criminosos exploram crianças e jovens cristãos em zonas de conflito como mercadorias. Eles são transformados em crianças soldado ou comprados e vendidos como produtos traficados para trabalho, serviços sexuais ou lucro. Isso é mais comum em áreas afetadas por conflitos, onde as pessoas buscam estratégias para enfrentar os altos níveis de violência e onde a demanda por seviços e mercadorias específicas aumenta. Nos piores casos, militantes podem sequestrar crianças e jovens para serem usados em atentados suicidas. Cristãos podem ser alvo já que são identificados como tendo menos valor ou mesmo para punir igrejas e famílias cristãs.
Em geral, tanto ações ilegítimas quanto a legislação são utilizadas em vários graus e contextos como forma de discriminação ou perseguição religiosa
Uma sala de aula no Sudão |
Crianças e jovens cristãos são principalmente vulneráveis em áreas afetadas por conflitos. Na África Subsaariana, violência extrajudicial é uma ferramenta comum para opressão, enquanto no Oriente Médio e Norte da África, a legislação estatal é usada mais frequentemente para negar acesso a identidade legal como cristão ou a educação religiosa cristã.
Conflitos remodelam constantemente a vida diária das comunidades e das famílias em áreas onde guerras tomam conta. Em países afetados por conflitos, crianças e jovens cristãos são os que mais correm risco de serem mortos, traficados, deslocados e recrutados de forma forçada em milícias ou exércitos governamentais. Os níveis elevados de violência resultam em jovens estando mais suscetíveis a perderem a vida por causa da fé.
A perseguição à crianças e jovens cristãos está intimamente ligada à perseguição de gênero
Adolescentes no Norte da Índia
Assim que meninos e meninas caminham para a adolescência, a perseguição religiosa que experimentam é muito determinada pelo gênero. Meninos em alguns países da África e da América Latina comumente enfrentam a ameaça ou o recrutamento forçado de milícias, enquanto, geralmente, meninas experimentam altas taxas de violência sexual ou casamento infantil forçado.
Além das experiências individuais, pode haver um objetivo mais coletivo e estratégico: desestabilizar comunidades e famílias cristãs e impedir o crescimento da população cristã não permitindo que as crianças cresçam e assuma papéis de valor cultural perceptível, como mães, pais, funcionários ou líderes de igrejas.
Fonte: Portas Abertas
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