Cuidar: Um ato de amor

A dependência é a condição humana inevitável para pessoa que envelhece ou que desenvolve uma doença degenerativa de longa duração, como a doença de Parkinson. É quando surge a necessidade de uma pessoa que cuida, denominada cuidadora, que se torna responsável pela sobrevivência deste individuo. Na maioria das vezes, é dentro da família que surge, geralmente mulher, solteira, eleita pela família, todavia simples quanto á tarefa de cuidar e despreparada para enfrentar as dificuldades decorrentes dela.
A arte de cuidar requer aprendizagem, pois ninguém nasce sabendo como cuidar de uma pessoa dependente, que envelhece ou que está doente. Por se tratar de um familiar que cuida de alguém dentro da família, estabelece-se novo vinculo entre elas, ou seja, a filha se torna cuidadora da mãe, filha cuidadora e mãe cuidadora; inversão de papéis, quem mandava passa a obedecer e vice-versa.
Nossos pais cuidaram de nossos avôs em casa, assistidos pelos seus filhos que aprenderam a cuidar na prática, da observação. Com a saída da mulher para trabalhar fora de casa, a família brasileira mudou e sua organização sofreu transformação. A tarefa de cuidar saiu de algumas mãos femininas de familiares leigos e passou para as especializações de entidades da saúde.
A responsabilidade de cuidar de um familiar dependente é complexa e requer que a pessoa cuidadora busque informação e auxilio para desempenhar bem sua tarefa de cuidar. Atualmente, existem inúmeros maneiras de assistência ao cuidador que estão disponíveis a acesso dos interessados. O cuidador não pode dispensar tais recursos e conhecer a gama de conhecimentos imprescindíveis para ele enfrentar, com condições adequadas, e ser bem sucedido.
Acreditar que o amor é o componente indispensável e insubstituível no cuidar, contudo sozinho não é suficiente para cuidar, que precisa ser aprendido.

Texto: Clara Nakagawa - Psicologa